Acidente com bonde deixou cinco mortos e mais de 50 feridos
O secretário estadual de Transportes Júlio Lopes reconheceu nesta quarta-feira que os bondes de Santa Teresa não receberam os investimentos adequados e corroborou as declarações dadas mais cedo pelo governador Sérgio Cabral. "De fato, tivemos muitas prioridades na secretaria e não se fez investimentos nos bondes como eram necessários. Apesar disso, foram investidos R$ 14 milhões, que é um valor bastante significativo", disse o secretário.
No site da Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro, consta a informação de que os bondes centenários passaram por uma intensa modernização e que a Secretaria Estadual de Transportes estaria investindo na melhoria das estações. "A estação Carioca, por exemplo, acaba de passar por amplas reformas, com direito a novos banheiros e roletas", dizia a publicação. Outro investimento foi feito na linha sobre os Arcos da Lapa, com a renovação da iluminação do local.
Enquanto isso, alguns bondes como o número 10, acidentado no sábado, enfrentava manutenções constantes por causa do tempo de uso. Quando questionado sobre os sucessivos consertos do bonde acidentado em poucos dias, Lopes disse que a idade do veículo (116 anos) exigia tantas intervenções mecânicas.
Sobre a intervenção do presidente do Detro, Rogério Onofre, o secretário disse que espera que Onofre dê sua contribuição, por sua energia e capacidade.
Força-tarefa
O presidente do Departamento Estadual de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, nomeado interventor dos bondes de Santa Teresa, afirmou nesta quarta-feira que 15 servidores do Detro foram convocados para trabalhar em uma força-tarefa que vai atuar nos bondinhos. Em seu primeiro dia no cargo,
Onofre explicou que será feito um raio-X da situação, incluindo uma análise das manutenções realizadas, dos processos judiciais e dos investimentos.
O interventor dos bondes não deu um prazo para a volta da circulação do transporte que se tornou um patrimônio cultural dos cariocas, mas afirmou esperar que seja o mais rápido possível. "Os bondes só voltarão a circular quando todo o esquema de segurança estiver garantido", garantiu.
Ele contou que vai se encontrar nos próximos dias com sindicatos e associações de moradores para tentar chegar a um acordo sobre o que precisa ser feito. "Os bondes não vão funcionar mais de qualquer maneira", disse, em tom de crítica à gestão anterior.
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