GRAFITEIROS DE CAMPOS E OS DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO CRIAM GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO.

 Comunidade quer fazer de favela na zona leste de SP galeria de arte a céu aberto
Projeto em São Miguel conta com cerca de cem grafites em muros de casas

Refinados museus se renderam aos grafites há alguns anos. Nesse contexto, as obras são batizadas de street art (arte de rua, em inglês). Mas um grupo de agitadores culturais de São Paulo quer que essa arte seja apreciada em seu local de origem: a periferia.

Uma favela colorida com arte. Esse é o plano dos artistas da comunidade Vila Flávia, na zona leste de São Paulo. Eles se autodenominaram São Mateus em Movimento e há três anos pintam muros, antes cinzas, com grafites de diversos estilos. Já são mais de cem obras espalhadas pelas ruas.

Veja algumas das obras da Vila Flávia

É difícil contabilizar. Segundo o grafiteiro Godo, 23 anos, um dos membros do São Mateus em Movimento, o grafite sofre deterioração e intervenções.

– É normal que alguém faça uma intervenção sobre o desenho.

Godo, assim como os outros grafiteiros do grupo, não falam sobre o conflito pichação x grafite. Esse debate geralmente desemboca na questão expressão x vandalismo. Muitos dos grafiteiros que hoje expõem em galerias refinadas de arte começaram na pichação.

QG do grafite
Para chegar ao QG do grupo de artistas da zona leste é preciso subir uma escada com degraus altos em um corredor estreito, de largura pouco mais que a distância entre os ombros de um adulto. Superado esse trecho claustrofóbico, janelas amplas do segundo andar trazem uma vista panorâmica das coloridas paredes.

Essa é a casa do rapper Negutinho, do grupo Rima Fatal. Lá eles desenvolvem uma série de atividades vinculadas a cultura de periferia - capoeira, break, música, entre outras. Mas a mais vistosa é sem dúvida o projeto Opni ConVida - Favela Grafitada.
Opni (Objetos Pixadores Não Identificados) é um respeitado grupo de três grafiteiros (Val, Toddy e Cris). O projeto deles já teve colaborações de artistas internacionais. Agora, querem a colaboração do poder público. Val conta onde o calo aperta.

– Falta dinheiro. Cada lata de spray custa uns R$ 16. Olha aquele desenho [aponta para o desenho de uma favela], tem no mínimo dez cores. Ou seja, R$ 160 chutando baixo.

Segundo o Habisp, banco de dados da Sehab (Secretaria Municipal de Habitação), a ocupação da Vila Flávia começou em 1967. Atualmente, moram na favela cerca de 3.760 pessoas. O sistema aponta que não há nenhum projeto de urbanização no local.

A luta por incentivos para a região deu um passo importante há cerca de um mês, quando o São Mateus em Movimento conseguiu fazer um CNPJ, o equivalente ao CPF para as organizações. Os membros do grupo afirmam que estão aprendendo a lidar com os requisitos oficiais para desenvolver suas atividades.


DO BLOG:  O BLOG DOS GRAFITEIROS DE CAMPOS: PROGRESSIVOART.BLOGSPOT.COM

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