(Mariano Grondona - La Nacion, 11) 1. No livro A Política, de Aristóteles, pode ser encontrada a definição mais antiga de demagogia. Uma definição tão bem sucedida que, quando a lemos, parece que o professor de Alexandre o Grande estava se referindo a nossa América Latina. Para Aristóteles, a demagogia era a corrupção da democracia da mesma forma que a tirania era a corrupção da monarquia. Um rei bem-intencionado poderia se tornar um tirano se, enganado pela adulação dos seus cortesãos, terminasse por pensar em si mesmo em vez de pensar no povo.
2. Quando o adulam a ponto dele pensar que é o único protagonista em lugar do povo, os cortesãos do rei não somente o corrompem; manipulam-no, ademais, em favor de si próprios. Da mesma forma, a democracia corrompe-se na direção da demagogia quando alguns políticos - esses cortesãos, não mais do rei, mas do novo soberano que é o povo - a perdem em seu próprio benefício, fascinando o povo com metas ilusórias, insustentáveis no decorrer do tempo.
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