Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais. Muitas vezes colocamos nos lugares inacessíveis tudo aquilo que está ao alcance das mãos.
Quando descobrimos o erro, sentimos que perdemos tempo buscando longe o que já tínhamos perto. Nos culpamos pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Não é bem assim: embora o tesouro esteja enterrado na sua casa, você só irá descobri-lo quando se afastar. Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação, não teria sido escolhido como chefe da Igreja. Se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo, jamais seria recebido com festa por seu pai.
Existem certas coisas em nossas vidas que tem um selo dizendo: “você só irá entender meu valor quando me perder – e me recuperar”. Não adianta querer encurtar este caminho.
dom, 18/09/11
por Paulo Coelho |
categoria Todas
Sadi de Shiraz conta que, quando era criança, costumava rezar com seu pai, seus tios e primos. A família reunia-se todas as noites, para escutar um trecho do Corão, o texto sagrado do Islã.
Numa destas noites, enquanto seu tio lia uma passagem do livro, Shiraz reparou que a maior parte das pessoas dormia. Então comentou com seu pai:
— Nenhum destes dorminhocos é capaz de ficar atento as palavras do profeta. Jamais chegarão até Deus!
E o pai respondeu:
— Meu filho querido, procura seu caminho com fé, e deixa cada um cuidar de si. Quem sabe, em seus sonhos, eles estão conversando com Deus. Eu preferia mil vezes que você estivesse dormindo como eles, a ter que escutar este seu julgamento duro, e esta sua condenação.
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