Duas vezes prefeito de São João da Barra, Betinho Dauaire (a caminho do PR) quer voltar a sê-lo em 2012. Para tanto, aliou-se ao seu ex-opositor, hoje deputado federal, Anthony Garotinho. Para ele, o limite ao ex-governador será imposto naturalmente por sua escola política: seu pai, o ex-deputado Alberto Dauaire. Ao rastrear o passado daquele que hoje parece seu principal opositor, o vereador e secretário Neco, Betinho tece várias críticas, passadas e presentes. Quanto aos demais, não crê na candidatura de Alexandre Rosa, vê Aluizio como o adversário mais bem preparado, louva a coragem de Gersinho e cobra a presença de Ari Pessanha nas opções governistas. Quem quer que seja seu opositor em 2012, só não tem dúvida para comparar os mandatos presentes das duas prefeitas vizinhas: “Quisera São João da Barra ter uma prefeita como Rosinha”.
Folha da Manhã — Pré-candidato governista à Prefeitura, Neco disse em entrevista à Folha, que você fez um péssimo governo em São João da Barra. Como sua discordância parece óbvia, a pergunta é: baseado em quê?
Betinho Dauaire — Primeiro, se o meu governo fosse péssimo, por que o vereador Neco votava a favor das mensagens que eu mandava junto com os vereadores governistas? Neco ficou quatro anos me apoiando na Câmara, fazendo parte da bancada governista junto com os vereadores Gersinho e Arildo. Só se ele era um governista travestido de oposição. E caso eu tivesse feito um governo ruim ele seria cúmplice e responsável tanto quanto eu.Tenho fatos para mostrar que a avaliação dele está maldosamente errada. Encerrei meu governo com mais de 80% de aprovação popular, noticiado em manchete pela Folha da Manhã na época. Recebi um reconhecimento internacional na área da educação e no combate à miséria, com a chancela das Nações Unidas, e reduzi a taxa de mortalidade infantil, que tinha índices de países africanos, trazendo essa taxa para níveis de países da Europa. Com pouca arrecadação, promovi uma administração com alto grau de investimento, medido por estudos sócio-econômicos realizados por entidades oficiais, tornei o município oficialmente turístico pela Embratur, recuperei a educação, a saúde e reconquistei o respeito à administração pública municipal, além de outras ações ligadas ao meio ambiente e promoção social, dentre ourras áreas. Trago em meu currículo a criação de programas de transferência de renda, a bolsa universitária com transporte, cursos técnicos e muito mais. Tudo isso com pouco dinheiro.
Folha — Para sustentar sua afirmação, Neco lembrou que no colégio eleitoral do Açu, na eleição de 2008, ele teve mais votos que você. Ainda que seja só em um distrito, não é uma analogia reveladora, sobretudo porque ele concorreu a vereador e você a prefeito?
Betinho — O vereador Neco, nem somando todos os mandatos que teve, chegou à metade da votação que já tive no município. A votação de Neco no quinto distrito teve o preço de acabar com a paz do agricultor, do produtor, de pessoas de todas as idades, até os senhores na maioria com mais de 80 anos de idade. Após as eleições, Neco colocou em votação, exatamente na noite de 31 de dezembro de 2008, a lei reveillon, que deu condições para o governo do Estado desapropriar e pegar as terras de seus amigos, eleitores, enfim, moradores de toda a área. Os votos de Neco custaram muito caro. Pessoas surtaram, ficaram doentes, perderam suas atividades econômicas, sem terem sido preparadas para isso. Ele deveria se envergonhar de não ter avisado à população o mal que ia sofrer. Seria mais correto.
Folha — Criticar Neco pela falta de formação universitária, tática que já vem sendo usada, além de discriminação por algo não exigido em lei, não é também anacrônico no país que Lula governou por oito anos, com índices inéditos de popularidade? A bem da verdade, líder do seu grupo, Garotinho também não possui o terceiro grau. Se, mesmo assim, um acabou presidente e o outro governador, por que isso atrapalharia Neco a ser prefeito?
Betinho — Também concordo, mas isso é uma tática de alguns militantes dos outros candidatos a prefeito que estão do lado da prefeita. Além do próprio Neco ajudar, votando as coisas de forma errada, como aconteceu na eleição da mesa diretora, quando ele votou no vereador Franquis Areas, que nem candidato era. A prefeita errou em antecipar o calendário eleitoral, errou em trazer para o governo pré-candidatos. A prefeita errou em inventar pesquisa e autorizar reuniões eleitorais em pleno ano administrativo. São eles, os governistas, que devem se entender. Eu não tenho nada com isso, mas também não vou dizer que falta de estudo seja um mérito ou um incentivo para ser prefeito. Eu acho que a pessoa que queira governar São João da Barra tem que ter um mínimo de preparo e vocação para o Executivo. Acontece que o vereador licenciado e secretário de Assistência Social não tem nem uma coisa nem outra. Vamos a um exemplo básico: qual a política habitacional que foi desenvolvida por Neco? Nem 10 casas populares foram entregues em todo esse tempo. O programa de transferência de renda, criado por mim, está recheado de denúncias. Se ele não consegue administrar uma secretaria de Assistência e Promoção Social, como deseja administrar um município na era do Porto? Sabe, é a mesma coisa que colocar um motorista que não sabe dirigir, nem carteira tem, para guiar um ônibus cheio de pessoas; vai ser um desastre.
Folha — Outra tática de descrédito que já surge bem ensaiada contra Neco, é afirmar que seu governo seria tutorado pela prefeita Carla Machado. Na entrevista à Folha, ele mesmo admitiu que ela seria bem vinda a participar da sua administração. Em todo caso, você não correria o mesmo risco com Garotinho, a exemplo do que ele faz com Rosinha, em Campos? Qual seria o limite exato de Garotinho num novo governo Betinho Dauaire?
Betinho — Não existe esse risco, porque são histórias diferentes. Fui duas vezes prefeito, alcancei a primeira suplência de deputado estadual, vim de uma escola chamada Alberto Dauaire. Enquanto Neco sempre foi submisso politicamente. A prova disso é que a prefeita prometeu votar nele para presidente em 1999 e votou nela mesma. A prefeita se elegeu na época às custas de furar uma palavra empenhada com seu melhor amigo. Depois disso tudo, ele aceitou a situação. Então não precisa falar mais nada. Quanto à prefeita de Campos, Rosinha , ela governa com simplicidade, discrição e competência. Quisera São João da Barra ter uma prefeita como Rosinha.
Folha — E quanto à tática que qualquer candidato governista fatalmente usará, adiantada pelo próprio Neco: o passado de oposição aberta entre você e o ex-governador? Como pretende reagir a isso e como pensa que o eleitor reagirá?
Betinho — Apoiei Sérgio Cabral em duas eleições, de senador e governador, e ele veio com toda força contra mim na eleição seguinte. Sou obrigado a ficar parado esperando outro ataque? Tive a coragem de dizer não a um governador de mandato nas eleições de 2010. Garotinho é uma nova amizade que nasceu em uma aliança política que fizemos em 2009. Garotinho tem sido um grande amigo. Ele é um deputado atuante, não dito por mim, mas pela mídia nacional. Eu e Garotinho fomos adversários e nos unimos quando ele não tinha mandato e nem eu. Nos juntamos combatendo o bom combate. Hoje ele é o deputado federal mais votado do Estado do Rio e eu desponto com o primeiro lugar nas pesquisas para prefeito. Neco e Carla eram amigos de Garotinho e Rosinha quando eles eram governadores. Aí foi fácil ser amigo. Vergonha vai ser eles explicarem porque só são amigos de pessoas que estão no poder. Eu já não terei essa dificuldade.
Folha — Aparente causa principal da ruptura entre Garotinho e Carla, como manter numa administração sua a boa relação que o município hoje goza com o governo estadual de Sérgio Cabral? Valeria a pena abrir mão dela se for a vontade de Garotinho?
Betinho — Como tenho liderado as pesquisas e se desenha uma grande possibilidade de vitória, posso garantir que não tenho essa preocupação, até porque não acredito em retaliação. Mas se houver, vamos responder à altura. Acontece que hoje temos dois deputados federais para buscar recursos e, além do mais, a vitória de Garotinho para governador é dada como certa. Não existe político de maior densidade eleitoral no estado do que Garotinho. Além do mais, a prefeita de São João da Barra poderia continuar fiel a Garotinho e se impor diante do governador Cabral, como eu me impus nos meus dois mandatos em governos de oposição. A prefeita esqueceu que gratidão não prescreve.
Folha — Ex-prefeito e seu antigo opositor, mas hoje reunido no mesmo grupo político, o presidente do Cidac, Ranulfo Vidigal, disse que os dois maiores eleitores sanjoanenses são Carla e Garotinho. Concorda? Por quê?
Betinho — Continuo discordando do Ranulfo Vidigal. Garotinho não é o maior eleitor só em São João da Barra, mas em todas as cidades do Estado do Rio de Janeiro. Para ter 700 mil votos tem que ter prestígio. E quanto a Carla Machado, a indicação é natural. Eu vou colaborando humildemente com o meu nome. Em cinco eleições que disputei, fui o mais votado em quatro. Ranulfo ficou um pouco chateado com a experiência política que teve ao governar meu município e acabou transferindo seu domicilio eleitoral de São João da Barra. Tenho certeza que se ele resolver votar em São João da Barra novamente votará em mim, porque ele sabe que Garotinho quer me ver prefeito.
Folha — Uma raposa felpuda da política sanjoanense revelou a que Neco, além de Carla, é o candidato governista também da sua preferência, por ser, em tese, o mais fácil de ser enfrentado no debate direto. Procede a visão, uma vez que você mesmo declarou que a prefeita já definiu Neco como candidato?
Betinho — Não escolho adversários. Se escolhesse, não seria candidato em 2008 com uma pessoa que exercia o cargo de prefeita e utilizava-se do instituto da reeleição.Tanto é que ganhei de Carla na minha reeleição e ela ganhou de mim na reeleição dela. Respeito qualquer adversário e não tenho preferência. Quero sim debater projetos importantes no processo eleitoral. Não dá para continuar pensando pequeno. Quero trazer meus conhecimentos para o debate, quero debater com candidatos inteligentes e não com bonecos.
Folha — E qual a sua visão sobre os outros dois pré-candidatos anunciados por Carla: Aluizio Siqueira e Alexandre Rosa? Você já apostou que o segundo é carta fora do baralho, por não unir o grupo governista, assim como apontou Aluizio como um plano B, ou para compor a chapa como vice. Continua pensando assim? Baseado em quê?
Betinho — Alexandre Shop deixou a história passar à sua frente e não viu, preferindo o caminho mais curto. Não teve decisão quando era necessário e quando resolveu tomar decisão, tomou errado. Não é confiável para a militância. Tudo de ruim que vier a acontecer politicamente para a prefeita na Justiça, na campanha eleitoral, nos jornais, foi criado no tempo em que ele era o presidente da Câmara. Alexandre não poderia passar uma borracha em sua história, se rendendo às seduções do poder. Hoje ele não tem a confiança de nenhum dos dois lados, mas pode se sujeitar a virar um vice de Neco. Shop foi fraco e só virou pré candidato para a prefeita ganhar maioria na Câmara. Já Aluizio foi alçado ao posto de pré-candidato para rachar a votação de Alexandre nas pesquisas e favorecer Neco. Ele é o mais preparado dos três para o debate, mas vai se decepcionar quando souber que o escolhido não será ele.
Folha — Ainda sobre Alexandre Rosa, você disse que a única chance dele de concorrer à Prefeitura, seria sair numa candidatura independente. Presidente da Câmara, Gersinho declarou que ele mesmo pode fazer isso. Embora ainda não tenha se pronunciado, não está descartada a possibilidade de Ari Pessanha também tentar esse caminho. Como analisa cada uma dessas possibilidades e, de maneira geral, como uma ou mais outras candidaturas fortes poderiam afetar o aparente equilíbrio entre os candidatos de Carla e Garotinho?
Betinho — Eu disse, mas o vereador Alexandre não tem coragem de lançar uma candidatura independente. Vai acabar aceitando uma vaga de vice ou tentar a reeleição. Para ser candidato sem apoio governista tem que ter coragem. Já Gersinho tem essa coragem e tem demonstrado isso. Ari Pessanha foi o grande injustiçado do atual governo no sonho de ser prefeito. Nem na pesquisa Carla colocou seu nome. Se Carla colocasse o nome de Ari Pessanha na pesquisa governista, Ari ganhava dos três candidatos de Carla juntos.
Folha — Inegável que qualquer pré-candidato a prefeito de São João da Barra tenha que pensar, e muito, sobre o Porto do Açu. Já procurou ou foi procurado por Eike Batista ou algum representante dele? Como ampliar ao máximo os benefícios econômicos do mega-investimento e como reduzir ao mínimo seus impactos sociais?
Betinho — Sim, já há algum tempo. A empresa tem apresentado projetos para diminuir os impactos sociais, mas diante do valor do investimento de R$ 1,8 bilhão realizado na construção do Porto do Açu até hoje, impactos positivos executados deveriam aparecer mais fortemente. Com todo respeito ao empreendimento, os programas de compensação precisam atender a demanda dos produtores rurais do quinto distrito e as demandas unilaterais não tem colaborado para isso.Temos que reconstruir a confiança e aproximar mais o empreendedor da sociedade civil e não apenas confundi-lo com órgãos governistas. As estratégias para ajudar os moradores e produtores do quinto distrito não podem ser as mesmas de 10 anos atrás. Elas precisam ser estratégias de âmbito sistêmico, ou seja, estudar todos os vetores que envolvem a produção e criar estratégias que possam fazê-los competitivos com o mercado atual, fortalecendo essa cadeia produtiva. O que adianta colocar máquinas em associações com possíveis identificações partidárias? O cooperativismo é um exemplo de saída. Outra questão que envolve outras regiões do município e será afetada com o desenvolvimento será a grande quantidade de desempregados, inchando os centros mais urbanos do município. A capacitação é importante, mas como capacitar de verdade, se temos um governo que deixa a educação básica chegar em penúltimo lugar no Estado? Se não investir de verdade na educação básica, não chegaremos a lugar nenhum. O governo finge que capacita e o trabalhador finge que foi capacitado. Enquanto isso, dados mostram que existe uma queda da remuneração média do trabalho, que nos últimos levantamentos oficiais é de 7,60% , uma queda de 26,35% em relação ao saldo de empregos em junho de 2010. Temos que aproximar os agentes envolvidos, proposta bem fundamentada pelo Movimento Nossa São João da Barra e seus colaboradores. Quanto a políticas públicas, temos que torná-las eficazes.
Folha — Teria agido diferente em relação às desapropriações do 5º distrito? Em quê?
Betinho — Tudo seria diferente desde a notícia até a negociação da terra e aposto que todos sairiam felizes e o quinto não estaria sofrendo como está sofrendo. Primeiro que eu não colocaria uma projeto de lei tão importante no último dia do ano para ser votado. Esse projeto modifica toda a história do quinto distrito, que era uma área rural, de produção familiar, e se tornou uma área industrial. Segundo, eu não esconderia da população esse fato, mesmo sendo ano eleitoral como foi. Terceiro, eu não lavaria minhas mãos como a atual administração lavou. Eu montaria um estafe capacitado, capaz de discutir tecnicamente de igual para igual com os empreendedores. Vestir a camisa do desenvolvimento é vestir a camisa da população e do empreendedor. Só assim desenvolvimento vira qualidade de vida. Fora disso desenvolvimento vira prostituição, injustiça, desigualdades e por aí vai. A prefeita já admitiu na mídia que as coisas começaram erradas. E tudo que começa errado dá um trabalho danado para consertar, quando querem consertar, é claro.
Folha — No último dia 22, São João da Barra recebeu R$ 10,8 milhões em royalties, chegando ao total de 168 milhões já recebidos em 2011. Que paralelo faz entre as atuais quantias e as que o município recebeu em suas duas administrações, e quais diferenças enxerga na aplicação dos recursos do petróleo pelo seu governo e o de Carla?
Betinho — Vamos falar em orçamento que engloba os royalties e demais receitas. O governo atual não é melhor do que o meu, é apenas maior. O orçamento do meu primeiro ano de governo era de R$ 11 milhões. O orçamento a ser votado hoje é de R$ 400 milhões. Se juntarmos oito anos de arrecadação do meu governo, eu não alcanço o arrecadado pela atual administração em oito meses. E tudo isso sem a prefeita mexer um dedo. Essa receita é fruto da exploração de petróleo e do Porto do Açu, investimentos que não foram trazidos por ela. Com toda essa diferença de caixa, no meu período, segundo estudos, a economia era mais fortalecida no meu tempo. Nossos graus de investimentos eram elevadissímos, como mostram os estudos sócio-econômicos. A nossa receita corrente era maior do que a despesa de custeio. Realizamos grandes investimentos. O que eu não entendo é que hoje, com todo esse dinheiro, o que temos? Temos várias CPIs denunciando corrupção, que foram encaminhadas ao Ministério Público. O município já posou de campeão em focos do mosquito da dengue no Estado, a educação disputa os últimos lugares, segundo o ministério da Educação, a remuneração no município caiu, o servidor público que tinha o mínimo duas vezes maior que o mínimo nacional, hoje não supera um salário mínimo. Sindicato fechado por falta de repasse, agricultores perdendo suas terras, o Conselho de Agricultores desativado de 2005 até recentemente, pescadores não recebem as melhorias que constam no orçamento,TCE em busca permanente de esclarecimentos, bens bloqueados de administradores, ações populares, a saúde considerada a pior de todos os governos. Tinha necessidade disso com tanto dinheiro? O governo da prefeita de São João da Barra é bem maior do que foi o meu, ele tinha também a obrigação de ter sido bem melhor que o meu. Uma pena que os números oficias mostram que essa administração vai de mal a pior.
Folha — Falando da maneira mais sincera possível, não acha que a oposição na Câmara perdeu a mão contra a prefeita, sobretudo em posições altamente impopulares, como no caso dos shows do último verão e, mais recentemente, da coleta de lixo?
Betinho — Até pode se ter essa sensação, mas sensação nem sempre reflete a realidade. A culpa do que aconteceu foi do governo. O governo não poderia permitir que a empresa deixasse o lixo nas portas das casas das pessoas. Não havia essa necessidade. Humilharam nosso povo e o pior é que tudo ficou por isso mesmo. Deixaram o lixo por causa de uma mensagem que a prefeita queria que fosse aprovada. Deixaram o povo sem água por causa de uma mensagem. Isso foi maldade. Os shows no verão não aconteceram por opção da prefeita, que preferiu priorizar seus recursos. O resto é conversa fiada da turma que se beneficiou com a aprovação da mensagem. Esses mesmos vereadores que ela acusa, ela vive tentando seduzir, da mesma forma que seduziu o ex-presidente. O governo foi o responsável
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