Bombeiros militares do Rio de Janeiro acamparam nas dependências da Câmara dos Deputados nos dias 10 e 11 de agosto de 2011. O presidente Marco Maia (PT-RS) disse que a PEC 300 (que estabelece o piso salarial nacional) não seria aprovada "na marra".
Muita conversa depois, os manifestantes voltaram para casa, mas prometeram a continuidade da pressão física. No Piauí e no Acre, por questões locais e pela PEC 300, a categoria segue o exemplo dos bombeiros fluminenses, que se amotinaram em junho por melhores condições de trabalho e salário.
A Força Nacional de Segurança Pública foi escalada para manter a ordem pública onde houver movimento grevista. O Governo Federal continua irredutível contra a inclusão na pauta da bandeira de luta dos policiais e bombeiros militares. A crise financeira internacional, para a presidenta Dilma Rousseff (PT), e o caixa dos Estados (até dos mais ricos), para os governadores, impossibilitam negociações.
Cada manifestação em um Estado ou em Brasília aumenta a apreensão. Os deputados que apoiam a PEC 300 alertam: não há mais volta, algum acordo tem que ser realizado ou a crise na segurança ficará insustentável.
O deputado Antonhy Garotinho (PR-RJ) serve de porta-voz na tribuna: "Esta situação dos bombeiros e dos policiais militares de todo o Brasil que estão sendo enrolados com a não colocação em votação do segundo turno da PEC 300 vai custar muito caro à Câmara dos Deputados. Vai custar muito caro ao Governo Federal. Tudo isso poderia ser evitado se as pessoas cumprissem a sua palavra, mas infelizmente ocorre que alguns políticos prometem com certeza e falham com segurança. Prometem para ganhar o voto e falham no cumprimento da palavra. Depois não digam que não avisei."
Garotinho passou a ser encarado como um incitador. Ele faz oposição cerrada ao governador Sérgio Cabral (PMDB) e é pré-candidato ao cargo em 2014. Talvez não defendesse a PEC 300 estivesse no lugar do adversário, como já esteve. Nenhum governador pede a aprovação da matéria, a não ser que Brasília banque o piso nacional de cerca de R$ 4 mil.
Bombeiros militares do Rio de Janeiro apoiam campanha em todos os Estados por melhores condições de trabalho e salário compatível com a importância da missão. No Piauí, policias e bombeiros seguem o exemplo flumininense e entram em greve. PEC 300 é a causa comum (foto: Mauro Sampaio/Acessepiaui)
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