RIO - O Ministério Público estadual dará nesta terça-feira, , em Nova Iguaçu, o primeiro passo para a abertura de inquérito civil público destinado a investigar a compra de terras para a construção do Superporto do Sudeste, na Ilha da Madeira, em Itaguaí, mostra reportagem de Chico Otavio publicada nesta terça-feira pelo Jornal O GLOBO. No domingo, o O GLOBO mostrou que o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Alexandre Valle, e o procurador-geral de Itaguaí, Alexandre Oberg, lucraram 20.500% ao comprar três áreas na ilha por R$ 50 mil e, em seguida, vendê-las por R$ 10,3 milhões à MMX, empresa de Eike Batista responsável pela execução do projeto portuário.
O conteúdo da reportagem será enviado a uma das cinco promotorias do Núcleo de Tutela Coletiva de Nova Iguaçu, que responde por Itaguaí. Embora já exista uma investigação em andamento, envolvendo a dupla Valle-Oberg com transações imobiliárias no município, o caso da Ilha da Madeira deverá provocar um novo inquérito, pois trata de outras terras.
Câmara poderá abrir CPI e quebrar sigilo de autoridades
Outra frente de investigação será aberta hoje à tarde, em sessão da Câmara Municipal de Itaguaí. Como sete dos 11 vereadores locais são da oposição, eles esperam instalar a CPI da MMX/LLX (a LLX antecedeu a MMX na gestão do projeto). A pauta prevê a convocação imediata do secretário e do procurador. Os vereadores também pretendem aprovar a quebra do sigilo fiscal de ambos, estendendo a medida a seus parentes.
Alexandre Valle trabalha com Charlinho (PMDB) há mais de uma década, desde que o atual prefeito de Itaguaí exercia o mesmo cargo em Mangaratiba, município vizinho. Foi responsável pelo comitê financeiro das campanhas municipais de Carlo Busatto, em 2004 e 2008, e da mulher de Busatto, Andréia, que conquistou cadeira da Assembleia Legislativa no ano passado. Oberg também pertence ao núcleo do prefeito de Itaguaí. Além de doar R$ 10 mil para a campanha de Andréia, no ano passado, assinou recibos como responsável pelo comitê eleitoral de Charlinho na reeleição em 2008.
Um dos objetivos do inquérito civil é apurar se ocorreu conflito de interesses na operação financeira. Além das terras adquiridas pela empresa de Eike para a ampliação do pátio de estocagem de minério, o projeto vai passar por cima de uma antiga vila de da Madeira. A maioria das casas já foi adquirida e derrubada, mas ainda restam de pé os equipamentos públicos - a escola municipal General Hildebrando Bayard de Melo, um posto de saúde e um ginásio.
Fonte: http://oglobo.globo.com
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