E AGORA GURGEL.

Gurgel promete enviar a procuradores no Distrito Federal informações sobre os negócios de Palocci
BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou nesta terça-feira que vai enviar as informações prestadas pelo ex-ministro Antonio Palocci aos procuradores da República no Distrito Federal que conduzem uma investigação de improbidade administrativa envolvendo os negócios da empresa dele, a Projeto. Há , entre os documentos, a lista de clientes da empresa e informações fiscais e bancárias.
 - Eles (os procuradores) já tinham feito uma solicitação dos mesmos documentos. Se não houver duplicidade, vou enviar sim - disse, acrescentando que as informações não serão disponibilizadas a mais ninguém, pois são dados sigilosos, e que, entre os clientes, não havia nenhum relacionado ao poder público.
- (Não havia na lista) nenhum que caracterizasse aquela hipótese em que a atividade do parlamentar é vedada. A Constituição prevê que quem está no exercício do mandato parlamentar não pode ter contratos com o poder público - explicou.
Para Gurgel, foram "extremamente injustas" as críticas a sua atitude de arquivar a representação criminal contra Palocci por falta de provas.
- O procurador-geral da República se manifesta de acordo com sua convicção. Foi o que eu fiz no caso, apesar dos julgamentos feitos pela imprensa. Fiz isso com a mesma firmeza contra o ministro Palocci no caso do caseiro - declarou, dizendo que já está acostumado com esse tipo de reação.
- É da tradição do Ministério Público, infelizmente, que as suas manifestações nem sempre agradem. Ora agrada uns e desagrada outros; ora desagrada outros e agrada uns. É exatamente o que aconteceu - disse, completando: - O Ministério Público não pode se pautar para causar simpatia, mas pelo que ele entende que é o exercício exato e correto da sua atribuição.
Gurgel contou que, ao assinar a decisão, avisou aos parlamentares da oposição que queriam a abertura de inquérito e também ao Palácio do Planalto. Ele não teria conversado com a presidente Dilma Rousseff ou com Palocci sobre o assunto nesta terça-feira.
Na decisão divulgada na segunda-feira, o procurador disse que o caso poderia ser de improbidade administrativa, mas não de inquérito criminal. Nesta terça, ele não quis dizer se havia indícios suficientes para condenar Palocci na investigação que tramita na primeira instância.
- Ao procurador-geral da República cabe examinar matéria tão-somente criminal, e foi o que eu fiz. Destaquei que há um inquérito civil público instaurado exatamente para apurar eventual ato de improbidade administrativa - afirmou.

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