Defensor público desconfia de sucateamento de 40 veículos, que levou secretário a anunciar compra de 50 por R$ 7,6 milhões. Há quartéis onde só há vans quebradas
Suspeita de crime
Segundo Ordacgy, o estado terá que informar ainda a quilometragem de cada veículo e quando foram adquiridos. “Se ficar constatado que houve mau uso da verba pública, é crime”, afirmou o defensor.
Conforme O DIA mostra desde terça-feira, além das 50 ambulâncias paradas em Guadalupe, outras 29 do Corpo de Bombeiros e do Samu estão quebradas. Ontem, 25 usadas em salvamentos foram deslocados para atender a população, mas há quartéis onde só há veículos quebrados.
‘Veículos colocariam ocupantes em risco’
“Foi feita avaliação criteriosa. Ao invés de 44, 40 serão descartadas. Esses veículos não podem ser usados porque já tiveram todo o tipo de problema e colocariam em risco os ocupantes”, explicou.
Simões disse que a compra das 50 ambulâncias não tem relação com o descarte das 40. E garantiu que usará o registro de preços da Aeronáutica: “Estou cumprindo todo rito legal. Não há dispensa de licitação.
Desigualdade
Regiões com as avenidas com maior índice de acidentes de trânsito, as Zonas Norte e Oeste têm 30% de suas ambulâncias quebradas. Das 29 que estão paradas na capital, 24 estão nessas áreas, ou 82% dos veículos com defeito.
Como O DIA mostrou ao longo da semana, as duas vítimas da falta de ambulância — Daniele Bispo e o pedreiro Waldir Nascimento — enfrentaram a dificuldade em bairros das regiões que mais sofrem com a escassez de veículos — Campo Grande e Méier, respectivamente. Daniele deu à luz a um menino no banco da estação de trem. Já Waldir caiu de andaime e esperou sangrando na calçada por cerca de 1h20.
Do outro lado da cidade, a realidade é diferente: além de contarem com 40% da frota de ambulâncias da capital, 27 viaturas, Centro e Zona Sul têm um déficit de cinco ambulâncias — 18,5%. Pela classificação dos bombeiros, Alto da Boa Vista e Vila Isabel fazem parte do eixo Centro-Sul. A discrepância não para: as regiões têm 695 mil moradores. O resto da cidade, cerca de 1,8 milhão.
Reportagem de Clarissa Mello e Pâmela Oliveira
Fonte: http://odia.terra.com.br/portal
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